segunda-feira, 13 de abril de 2009

Kali




KALI

Os deuses Hindus são sabiamente representados em diversas formas, assim como os humanos mortais possuem diversos estados psíquicos e manifestações de personalidade. Estes estados são demonstrados através de personagens. Kali é uma das manifestações de Parvati, esposa de Shiva. Kali é Parvati enfurecida. É muito parecida com o próprio Shiva, pois representa a destruição e renovação da energia estagnada, aquilo que deve ser eliminado. Possui uma expressão feroz, é de coloração cinza, pois mora num campo de cremação, atividade muito comum na Índia. Tem quatro braços, demonstrando muita agilidade e força. Segura uma cabeça decapitada em uma das mãos e uma variedade de armas nas outras mãos. Usa uma guirlanda de cabeças, representando os demônios que conseguiu dominar, ou seja, nossos próprios medos. Assim como Shiva, Kali aparece para eliminar a ignorância, a falta de verdade e do bom senso que está dentro de nós, e que devemos retirá-los para equilíbrio e fortalecimento da nossa personalidade.

Entre todas as representações da Deusa, no panteon tântrico, sem dúvida nenhuma Kâli, ou Maha Kâli, a deusa negra, nua, exerce um papel central, para o Adepto do Tantrismo que a adora nas profundezas de seu próprio corpo, na escuridão de seu santuário mais sagrado. Porém, para os não iniciados, Kâli apresenta-se como uma figura horrenda, macabra, pois seus aspectos externos foram forjados, ao mesmo tempo para confundir e afastar os profanos e instruir os discípulos, sobre os Arcanos e Mistérios do Culto da Grande Mãe. Ela, Kâli, personifica a força cósmica que devora e destrói as ilusões e a mediocridade dos seres humanos, "Sua ferocidade aparente, só tem igual na verdade metafísica da mensagem de libertação que ela encarna e ensina aos seus fieis" (O Tantrismo - Michel Jean Varenne) Nua e Negra, Kâli não conhece diferenciação, encarnando a pura consciência, impenetrável, despojada das roupagens transitórias, ela se perpetua em meio à escuridão, sem nenhum condicionamento. Feche os olhos e a encontrará na escuridão de seu próprio corpo. Seus seios generosos, expressão da doçura materna, o afeto instintivo, de uma mãe para com seus filhos, perdidos. O colar de crânios, que ostenta simboliza as letras do alfabeto sânscrito, representando a totalidade do conhecimento, que ela oferece a seus seguidores. Sua basta cabeleira solta, significa a trama que envolve os seres mortais, que condena todos, que não a conhecem, ao desaparecimento. Um cinto de mãos decepadas orna-lhe a cintura, para demonstrar que somente Kâli, pode nos livrar dos frutos kármicos, de nossas inumeráveis ações, através do acesso a pura energia nos dá a consciência cósmica. Seus três olhos representam o despertar da tríade superior, Atmã, Budhi e Manas que ela promove nos Adeptos. Seus dentes fulgurantes, dourados e sua língua vermelha, personificam a manipulação das energias, sattwica e tamasicas, ou seja, a manipulação do espírito e da matéria, onde o espírito é materializado e a matéria é espiritualizada, no verdadeiro sentido de “solve et coagula”, ou seja, o dissolver e coagular dos alquimistas. Suas duas mãos esquerdas, uma das quais empunham uma espada, afirmam o inevitável extermínio de nossa forma física, animal, e também a destruição dos liames que nos acorrentam à matéria. Suas duas mãos direitas nos levam a seguir com firmeza e coragem a via espiritual que conduz a libertação interior, a vitória sobre a morte física. Kâli é a expressão de um Mistério Arcano oculto aos olhos dos não iniciados, que conduz a valores espirituais transcendentes, personifica a força última, constitui a introdução ritual indispensável ao principio da Shakti (energia).

O Senhor Shiva vive na montanha sagrada Kailasa no Tibet. Ele é visto lá em sua solitária figura de asceta e também com sua Shakti, Parwati.





KALI

Dissolvendo e purificando

Integrando e transmutando

(“na natureza nada se cria nada se perde, tudo se transforma”, Lavoisier).

Esta é a expressão moderna, ocidental, do mito hindu da Kali.

Ou o princípio taoista: ”nada é permanente-só a impermanencia”.

Desde o principio a energia, em seu movimento incessante ,vem evoluindo em ciclos: dissolver o velho para purificá-lo e auto-integrando-se para a transmutação quando surge o novo.

Assim, matéria, em seu processo evolutivo, foi passando do mineral, sem vida animada e sensibilidade para o vegetal, com vida animada e baixa sensibilidade até o animal com crescente sensibilidade até a consciência.

Na vida animada aqueles “ciclos” estão em permanente interação que, a grosso modo, pode-se resumir na formula: nascer, crescer, morrer, renascer.

Estas “forças” atuam permanentemente dentro de nós tanto no plano fisiológico quanto no emocional e intelectual em intima conexão. tudo isto está no corpo, onde uma maravilhosa síntese das forças cósmicas operam.

Nós na escola de mistérios estamos tentando usa-las de modo consciente para que o processo natural evolutivo siga o seu curso em nós.

Osho disse: ”ser Buda é natural”, logo, ”ser natural é ser Buda.” por Buda podemos entender “super-consciente.”.

Osho também disse algures: ”o centro da inconsciência é o instinto; o centro da consciência é o intelecto e o centro da super-consciencia é a intuição.” Nesta simples frase resume-se todo o processo evolutivo da vida-do animal inconsciente, instintivo, ao animal consciente que tem a mente (intelecto) até o Buda que é superconsciente (que não decide através de programas, mas vive no wei wu wei).

O próximo ciclo da escola será experenciar o poder da kali, mito sobre que já enviei vários textos.

Os mitos nada mais são que uma tentativa de explicar, de modo o mais vasto possível, o que a mente não consegue entender racionalmente.

O mito da kali é a expressão hindu destas poderosas forças que, ao atuar, provoca o que os alquimistas diziam: ”solve et coagula” (dissolve e integra) e que nós usaremos na nova programação dos cristais assim:

Num cristal “Dissolvendo e purificando”.

Noutro cristal “Integrando e transmutando”.

"Prashantinho"

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